Consumo dietético, variantes genéticas e relação com os níveis sanguíneos de folato, ácido fólico não metabolizado e homocisteína após a fortificação mandatória de ácido fólico: estudo de base populacional - ISA-Capital.

Resumo

Folato tem merecido destaque como nutriente-chave envolvido na manutenção da saúde e prevenção de doenças. Em muitos países, inclusive no Brasil, a fortificação de alimentos com ácido fólico foi adotada como estratégia pública de potencial prevenção e combate à deficiência nutricional da vitamina. Estudos mostraram na população americana, no período pós-fortificação, a evolução positiva tanto do nível sérico da vitamina quanto da diminuição da concentração plasmática de hcy, e ainda, o aumento do ácido fólico não-metabolizado. Todavia, ressalta-se que as determinações séricas de folato podem ser afetadas pelo próprio consumo dietético de folato, e também, pelas alterações na absorção e metabolismo, e pela presença de polimorfismos nos genes envolvidos no metabolismo da vitamina. Entre os polimorfismos, destacam-se as variantes polimórficas dos genes que codificam metilenotetahidrofolato redutase (MTHFR), metionina sintase (MTR), metionina sintase redutase (MTRR) e do transportador de folato reduzido 1 (RFC-1). No Brasil são raros trabalhos desse tipo, principalmente em população sadia. Deste modo, o atual trabalho avaliará o consumo dietético e nível sanguíneo de folato, hcy e ácido fólico não-metabolizado após a fortificação mandatória de alimentos com ácido fólico, e relação com as variantes polimórficas dos genes das enzimas MTHFR, MTR, MTRR e do transportador de folato reduzido 1. O estudo será transversal, de base populacional, por meio de inquéritos e coleta de amostra de sangue. Os dados de ingestão alimentar dos recordatórios de 24 horas serão transformados em energia e nutrientes no programa Nutrition Data System for Research®. As análises bioquímicas de folato e hcy serão conduzidas de acordo com os métodos preconizados pela literatura científica. A extração do DNA ocorrerá pelo método por sal, com o auxílio do espectrofotômetro para quantificação. A genotipagem dos polimorfismos será realizada utilizando a técnica PCR-alelo específico. Os dados serão armazenados e analisados em banco de dados construído para tal fim, no STATA®. Em todas as análises estatísticas, será considerado o nível de significância 5%.