Novas fronteiras terapêuticas contra tumores causados pelo vírus do papiloma humano (HPV): avaliação experimental da associação da quimioterapia com estratégias vacinais

Resumo

O vírus do papiloma humano (HPV) é responsável por 99,7% dos casos de câncer cervical e aproximadamente 5% de todos os tipos de câncer no mundo, sendo o HPV-16 o principal agente etiológico da doença. O desenvolvimento de terapias voltadas para o controle de tumores induzidos por HPV busca o estabelecimento de um novo tratamento, com bases imunoterápicas e vantajoso em relação aos procedimentos invasivos tradicionais, por sua capacidade de indução de resposta imunológica antígeno-específica e, sobretudo, pelo caráter menos agressivo. No campo da imunoterapia, vacinas de DNA representam uma estratégia simples e promissora contra tumores associados ao HPV baseadas na geração de resposta imune contra proteínas conhecidamente essenciais para o processo de malignização celular. Como forma de potencializar esse efeito, o presente projeto prevê a investigação da associação de cisplatina, principal quimioterápico atualmente utilizado contra o câncer cervical e o plasmídeo vacinal pgDE7h que codifica a proteína E7 do vírus HPV-16 fusionada à proteína gD do Vírus Herpes Simplex (HSV-1). O projeto prevê ainda a utilização da formulação encapsulada em vesículas, de natureza lipídica ou peptídica, com objetivo de aumentar a eficácia terapêutica da vacina e reduzir os efeitos deletérios do quimioterápico. Os ensaios de imunização tomarão como base a implantação de células tumorais da linhagem TC-1 em camundongos C57BL/6 e a eficácia terapêutica será avaliada através do monitoramento da regressão tumoral e das respostas celulares induzidas pela terapia combinada, incluindo linfócitos T CD4+ e CD8+ específicos e produção de citocinas importantes para atividades proliferativas e citotóxicas, como IL-2 e IFN-g. (AU)