Salas internas do Deops em São Paulo com arquivos e fichários de documentos agora acessíveis por internet (foto: Arquivo Público do Estado)
Em abril de 2013 o Arquivo Público do Estado de São Paulolançou o site Memória Política e Resistência, com uma parte do acervo de 274.000 fichas e 12.800 prontuários produzidos pelo Departamento Estadual de Ordem Política e Social (Deops) de São Paulo e de Santos.
De 1924 a 1983, o Deops funcionou como um dos principais braços da repressão do Estado brasileiro, vigiando pessoas, instituições e movimentos políticos e sociais, em especial durante o primeiro governo Vargas (1930-1945) e do regime militar de 1964 a 1985.
Os documentos foram liberados para consulta pública apenas em 1994, mas permaneciam de difícil acesso. O material liberado para consulta on-line corresponde a 10% do que deverá estar acessível on line quanto a digitalização dos documentos estiver completada.
O projeto de digitalização de documentos, livros e imagens sobre as lutas políticas e sociais no Estado de São Paulo contou com apoio da FAPESP, do Ministério da Justiça e da Casa Civil da Presidência da República.
A criação do site é a segunda etapa do Projeto Integrado Arquivo do Estado/Universidade de São Paulo (Proin) da Universidade de São Paulo (USP), iniciado em 1999.
Por meio de um projeto apoiado pela FAPESP, Maria Luiza Tucci Carneiro, professora do Departamento de História da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) da USP, coordenou uma equipe de 30 pesquisadores que digitalizaram 185.000 fichas do Deops, formando um arquivo virtual de documentos, acessível desde 2000, que serviu como um inventário para o site do Arquivo Público.
Em outro projeto do Proin, Boris Kossoy, da Escola de Comunicação e Artes da USP, organizou um inventário de fotografias confiscadas dos álbuns de família ou produzidas pelo Laboratório de Fotografia do Gabinete de Investigação/Deops, que eram anexadas aos prontuários.
Além de fotos, os prontuários contêm a ficha policial, relatórios, ordens de prisão e outros materiais sobre pessoas investigadas pelo Deops.
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Reportagem da revista Pesquisa FAPESP
O passado emerge, maio de 2013