Em seu primeiro ano de funcionamento, a FAPESP aprovou 344 pedidos de auxílio a pesquisa e bolsas de estudo em instituições do Estado de São Paulo e iniciou o cadastro de pesquisadores, conforme o primeiro Relatório Anual, datado de 31 de dezembro de 1962 e assinado por Jayme A. de A. Cavalcanti, diretor-presidente, Warwick E. Kerr, diretor científico, Celso A. Bandeira de Mello, diretor administrativo.
Eles ressaltaram “as condições materiais de trabalhos de início extremamente precárias, dado o exíguo espaço disponível (a princípio na Reitoria e depois na Faculdade de Medicina da USP) e de mobiliário insuficiente”, mas também o início auspicioso da nova instituição:
“As atividades desenvolvidas pela Fundação encontraram, por parte dos pesquisadores, ambiente e acolhida de um modo geral favorável. Há, por certo, os casos daqueles que tiveram projetos recusados, e, como consequência, podem eventualmente, se indispor com a Fundação. Em relação a estes, tem procurado o C.T.A., atendendo-os cordialmente, esclarecer as razões que determinaram a recusa, a qual nem sempre motivada por deficiência do projeto, deveu-se, em multos casos, ao seu custo excessivo ou inadequação à política científica traçada.”
Os 344 pedidos de auxílio a pesquisa e bolsas de estudo, que envolveram cerca de 700 pesquisadores, foram selecionados entre os 507 apresentados naquele ano. Recebidos até 30 de abril, foram pagos a partir de 16 de junho de 1962.
“Reservas de recursos permitiram atender os eventuais pedidos de complementação”, observa o relatório. “À Tecnologia, por exemplo, foi reservada percentagem de verba maior do que a atingida pelos pedidos.”
Cadastro de pesquisadores
A FAPESP solicitou a faculdades, secretarias de estado e outras instituições públicas ou privadas de pesquisa do Estado os dados básicos de seus pesquisadores, para posterior contado direto com eles. Dos 1.800 questionários enviados, porém, responderam apenas 443 pesquisadores, dos quais, incluindo sobreposições, 125 eram médicos, 78 engenheiros agrônomos, 70 das ciências biológicas, 41 químicos e engenheiros químicos, 38 pesquisadores das ciências sociais, 23 engenheiros civis, 22 médicos veterinários, 21 farmacêuticos, 20 odontólogos, 15 geólogos, 14 físicos, 13 geógrafos e historiadores, 10 engenheiros mecânicos e eletricistas, 8 matemáticos, 2 engenheiros de minas e metalurgia, 2 engenheiros sanitários, 1 arquiteto.
Viagens e debates
Com financiamento da Fundação Rockefeller, o diretor científico visitou instituições similares já em funcionamento nos Estados Unidos, Canadá e Europa, em busca de orientações estratégicas procedimentos que pudessem otimizar o trabalho das equipes de assessores e funcionários da FAPESP.
Em maio, o diretor científico participou de uma reunião na Sociedade Paulista de Biologia, com o propósito de colher sugestões dos pesquisadores que pudessem ajudar na estruturação da FAPESP.
Em julho, Warwick Kerr e o conselheiro Alberto Carvalho da Silva participaram da reunião anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) na Universidade do Paraná, em Curitiba, para falar sobre o apoio da pesquisa no Brasil e em São Paulo.
Veja também:
Os relatórios anuais, desde 1962