Warwick Estevam Kerr, Diretor científico de 1962 a 1964
Nascido em Santana do Parnaíba, interior paulista, Warwick Estevam Kerr (1922-2018) foi engenheiro agrônomo, geneticista e cientista de reconhecimento internacional que formou grupos de pesquisa em várias universidades e institutos de pesquisa do Brasil.
Kerr formou-se como engenheiro agrônomo em 1945 e no ano seguinte começou a trabalhar como professor e a fazer pesquisas sobre genética de abelhas sem ferrão na Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz da Universidade de São Paulo (Esalq-USP). Em 1951 fez um pós-doutorado na Universidade da Califórnia e no ano seguinte outro, na Universidade Colúmbia, também nos Estados Unidos.
Kerr criou em 1958 o curso de Biologia no câmpus de Rio Claro da então recém-criada Universidade Estadual Paulista (Unesp). Como primeiro diretor científico da FAPESP, de 1962 a 1964, ele definiu com os outros diretores os critérios para avaliação de propostas de pesquisa e estabeleceu o limite de 5% do orçamento para gastos com administração.
Em 1964, ele se mudou outra vez, para implantar o Departamento de Genética e a Pesquisa com Abelhas na Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da USP. De 1975 a 1979, Kerr dirigiu o Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa), fortalecendo a pesquisa e a interação com a Universidade Federal do Amazonas (UFAM). Voltou à USP de Ribeirão Preto, mas não aquietou.
Duas semanas depois de se aposentar na USP de Ribeirão Preto, aceitou o convite de trabalhar como professor visitante na Universidade Federal do Maranhão, onde criou o curso de Biologia e foi reitor de 1987 a 1988. Outra mudança, em 1988, desta vez como professor titular de genética da Universidade Federal de Uberlândia (UFU). De 1999 a 2003, foi novamente diretor do Inpa, antes de regressar à UFU.
Kerr foi presidente da Sociedade Brasileira Para o Progresso da Ciência (SBPC) de 1969 a 1973 e o primeiro brasileiro a ingressar, como membro estrangeiro, na Academia Nacional de Ciência dos Estados Unidos, em 1990. Recebeu a Ordem Nacional do Mérito Científico no Grau de Grão Cruz da Presidência da República em 1994 e em 1999 figurou entre os 30 Cientistas do Século XX, ao lado de Santos Dumont, Einstein, Sabin, Osvaldo Cruz, selecionados entre os milhares de cientistas de todo o mundo. Em 2003 o Inpa instituiu a Medalha Warwick Estevam Kerr, oferecida a pesquisadores que se prestam relevantes serviços à pós-graduação na Amazônia.
Leia também:
Dossiê Fapesp, Estudos Avançados, 1996
Reportagens da Agência FAPESP
Warwick Kerr, primeiro diretor científico da FAPESP, morre aos 96 anos,17 de setembro de 2018
Reportagens da revista Pesquisa FAPESP
Desbravador da ciência, outubro de 2018
Nasce um projeto de vanguarda, junho de 2002
Warwick Estevam Kerr: Sempre atento ao Brasil, outubro de 2000
Kerr com sua equipe na USP de Ribeirão Preto, onde ele trabalhou de 1964 a 1975, antes de ir para a Amazônia (crédito: Acervo Departamento de Genética da FMRP-USP)
Kerr em 1986 no Maranhão, onde formou apiários e novos grupos de pesquisa (crédito: Acervo SBPC)